Crianças que choram com frequência, têm explosões de raiva ou parecem “inconsoláveis” em determinadas situações costumam gerar dúvidas nos pais: será apenas uma fase ou sinal de algo mais sério?
Neste post vamos entender a diferença entre as birras comuns do desenvolvimento e os comportamentos que podem indicar a presença de um transtorno emocional ou comportamental.
Acompanhe o texto até final e entenda mais sobre o tema. Boa leitura!
Birras fazem parte do desenvolvimento
As birras são reações emocionais esperadas na infância, especialmente entre 2 e 5 anos. Nessa fase, a criança ainda está aprendendo a lidar com frustrações, expressar emoções e entender limites.
Elas costumam aparecer em momentos de cansaço, fome ou quando algo não sai como esperado — e geralmente passam rapidamente.
Dessa forma, as birras fazem parte do processo de amadurecimento emocional e, com apoio e limites claros, tendem a diminuir ao longo do tempo.
Quando o choro e a raiva viram sinal de alerta
Nem toda crise é “birra”. Quando as explosões são muito intensas, frequentes e duradouras, podem estar associadas a transtornos que afetam o controle emocional.
Alguns sinais que merecem atenção:
- Crises que acontecem várias vezes por dia, por semanas ou meses;
- Agressividade verbal ou física;
- Dificuldade de se acalmar mesmo após o fim do conflito;
- Mudanças de humor repentinas;
- Impacto na convivência familiar, escolar ou social.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), sintomas persistentes de irritabilidade e perda de controle podem estar relacionados a quadros como o Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor (TDDH), TDAH ou Transtorno Opositor Desafiador (TOD).
O que pode estar por trás
Crises frequentes de choro e raiva podem ter diferentes origens, como:
- Dificuldade em reconhecer e nomear emoções;
- Frustrações constantes ou ambientes com pouca previsibilidade;
- Cansaço, sono irregular e alimentação inadequada;
- Transtornos de ansiedade, depressão infantil ou neurodesenvolvimento.
Por isso, é essencial que a avaliação seja feita por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra da infância, capaz de identificar se o comportamento está dentro do esperado ou se há um transtorno associado.
Como os pais podem ajudar
- Mantenha a calma: responder com raiva aumenta o descontrole emocional da criança;
- Valide o sentimento, mesmo quando o comportamento precisa ser corrigido;
- Estabeleça rotinas — previsibilidade traz segurança;
- Ensine formas de expressar emoções, como conversar, desenhar ou respirar fundo;
- Evite rótulos (“birrento”, “difícil”) — eles afetam a autoestima e não resolvem o problema;
- Procure ajuda especializada se as crises forem muito intensas ou interferirem na rotina.
Como você viu neste post, nem toda crise de choro ou raiva é birra. Às vezes, é o modo que a criança encontra para expressar sofrimentos que ainda não consegue colocar em palavras.
Assim, é importante observar com empatia e buscar apoio profissional para ajudar no desenvolvimento emocional saudável da criança.
Se você tem dúvidas sobre o comportamento do seu filho, agende uma consulta com a Dra. Jaqueline Bifano e receba uma avaliação especializada em psiquiatria infantil.







