Nos últimos anos, a ansiedade entre adolescentes tem se tornado cada vez mais comum — e um dos primeiros sinais costuma aparecer na escola. Quedas nas notas, dificuldade de concentração, medo de errar e até sintomas físicos antes das provas podem ser indícios de que algo vai além da simples “pressão dos estudos”.
Neste post, vamos entender como a ansiedade afeta o desempenho escolar e de que forma a família pode ajudar o adolescente a enfrentar esse desafio com acolhimento e equilíbrio.
Quando o estudo vira fonte de sofrimento
É natural que o adolescente sinta certa preocupação com provas e resultados. A ansiedade, em níveis moderados, pode até servir como estímulo para o aprendizado.
Mas quando ela se torna excessiva e constante, começa a comprometer o raciocínio, a memória e a autoconfiança — transformando o ambiente escolar em um gatilho de sofrimento.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a ansiedade patológica é uma das principais causas de queda no rendimento escolar e pode afetar o sono, o apetite e a convivência social do jovem.
Sinais de que a ansiedade está afetando o desempenho
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais costumam aparecer com frequência:
- Dificuldade de concentração e esquecimento constante;
- Medo intenso de errar ou ser avaliado;
- Procrastinação e sensação de “travar” na hora de estudar;
- Irritabilidade e crises de choro antes de provas;
- Queixas físicas, como dor de cabeça, dor abdominal ou taquicardia;
- Isolamento social e queda na motivação escolar.
O DSM-5 descreve que a ansiedade generalizada pode se manifestar em adolescentes por meio de preocupações excessivas com desempenho, necessidade de perfeição e medo de desapontar os pais ou professores.
Por que isso acontece?
A adolescência é uma fase de intensas mudanças hormonais, emocionais e sociais. Além disso, o ambiente escolar pode trazer pressões por resultados, competição e medo de julgamento — especialmente em jovens com traços de perfeccionismo.
O uso constante de redes sociais também tem contribuído para aumentar a comparação e a autocobrança, tornando o adolescente ainda mais vulnerável à ansiedade.
Como a família pode ajudar
- Acolher, antes de cobrar: escute o que o adolescente sente, sem críticas ou julgamentos.
- Valorizar o esforço, não apenas o resultado: isso reduz a pressão por perfeição.
- Manter rotina de sono e alimentação: o corpo descansado lida melhor com o estresse.
- Estimular pausas e atividades prazerosas, como esportes, arte e lazer.
- Buscar ajuda profissional se o sofrimento for persistente ou afetar a rotina escolar.
A combinação de psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico é eficaz no controle da ansiedade e na melhora do desempenho escolar.
A ansiedade em adolescentes não deve ser ignorada nem confundida com preguiça ou falta de interesse. Quando o desempenho escolar começa a cair e o estudo vira fonte de sofrimento, é hora de olhar além das notas e cuidar da saúde mental.
Se você percebe que seu filho está enfrentando sintomas de ansiedade, agende uma consulta com a Dra. Jaqueline Bifano e receba uma avaliação especializada em psiquiatria infantojuvenil.








1 comentário
Gostei do artigo. De fácil compreensão e importante para leitura de pais e professores!