O autismo regressivo é uma condição em que uma criança, após atingir marcos de desenvolvimento como falar ou interagir socialmente, passa a perder essas habilidades de forma significativa.
Este tipo de autismo, que costuma surgir entre 1 e 3 anos de idade, é uma das formas mais desafiadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
O que é autismo regressivo?
Diferente do autismo clássico, no qual os sintomas se manifestam desde os primeiros meses de vida, o autismo regressivo caracteriza-se por uma perda de habilidades que já haviam sido adquiridas.
Esse fenômeno pode envolver desde a linguagem até competências sociais e motoras, causando preocupação em pais e cuidadores que percebem a mudança abrupta no comportamento da criança.
O autismo regressivo ainda é amplamente estudado, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam estar relacionados ao seu surgimento.
O DSM-5 o categoriza como um tipo de TEA com início na primeira infância, caracterizado por uma perda significativa de habilidades já adquiridas.
Principais sintomas
Os sintomas do autismo regressivo variam, mas alguns sinais comuns incluem:
- Perda de linguagem: A criança deixa de falar palavras que já usava regularmente.
- Diminuição na interação social: Perda de interesse em brincar ou se comunicar com outras pessoas.
- Comportamentos repetitivos: O surgimento de estereotipias, como balançar o corpo ou alinhar objetos.
- Dificuldades motoras: Perda de habilidades como segurar objetos ou caminhar de forma estável.
- Alterações no sono e apetite: Mudanças significativas nos padrões de sono ou alimentação podem ser observadas.
Diagnóstico
O diagnóstico do autismo regressivo é realizado com base na observação do comportamento da criança e em histórico fornecido pelos pais.
Profissionais como pediatras, neurologistas e psicólogos infantis utilizam critérios definidos no DSM-5 para identificar o TEA.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que qualquer sinal de regressão em crianças seja avaliado imediatamente, pois a intervenção precoce é crucial para melhores resultados.
Tratamentos
Embora não exista cura para o autismo regressivo, tratamentos podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da criança. Entre as abordagens mais eficazes estão:
- Terapia comportamental: A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é amplamente utilizada para promover o reaprendizado de habilidades perdidas.
- Fonoaudiologia: Essencial para recuperar ou desenvolver a comunicação verbal e não verbal.
- Terapia ocupacional: Ajuda a trabalhar habilidades motoras e atividades do dia a dia.
- Intervenção multidisciplinar: Envolve uma equipe composta por pediatras, neurologistas, terapeutas e educadores especializados.
O apoio familiar também desempenha um papel vital. Grupos de apoio, como os oferecidos pela Associação de Amigos do Autista (AMA), podem ser úteis para compartilhar experiências e estratégias.
Importância da intervenção precoce
Quanto mais cedo os sintomas forem identificados e tratados, maiores são as chances de a criança desenvolver habilidades que favoreçam sua autonomia e interação social.
Pesquisas indicam que o tratamento precoce está associado a ganhos significativos no desenvolvimento das crianças com TEA.
O autismo regressivo é uma condição que exige atenção e cuidados especializados. Pais e cuidadores que identificarem sinais de regressão em seus filhos devem buscar ajuda profissional o mais rápido possível. Com um tratamento adequado e suporte constante, é possível promover o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida dessas crianças.
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