O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e as interações sociais. Ele está dentro de um espectro, ou seja, pode se manifestar de formas muito diferentes em cada pessoa.
Dentro desse espectro, existe uma condição chamada autismo profundo. Você sabe o que isso significa?
O que é o autismo profundo?
O autismo profundo é uma forma mais intensa de autismo. Esse termo se refere às pessoas que têm grandes dificuldades de comunicação, geralmente não falam ou falam muito pouco, e precisam de apoio constante para realizar tarefas do dia a dia.
Em 2022, a American Psychiatric Association atualizou a classificação do Transtorno do Espectro Autista (TEA) para incluir três níveis. O autismo profundo se encaixa no nível 3, que é o que exige mais suporte.
Quais são as principais características?
As pessoas com autismo profundo costumam apresentar:
- Pouca ou nenhuma fala
- Dificuldade para entender ou expressar emoções
- Movimentos repetitivos (como balançar o corpo ou bater as mãos)
- Forte sensibilidade a sons, luzes ou toques
- Pouco contato visual
- Dificuldade para lidar com mudanças na rotina
- Necessidade de ajuda para se alimentar, se vestir ou ir ao banheiro
Além disso, podem ter deficiência intelectual associada ou epilepsia, o que torna o cuidado ainda mais complexo.
Como oferecer cuidado e apoio?
Cada pessoa com autismo profundo é única. Por isso, o cuidado precisa ser individualizado e constante. Algumas estratégias importantes são:
1. Terapias especializadas
A intervenção precoce faz muita diferença. Terapias como:
- Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
- Fonoaudiologia
- Terapia ocupacional
- Fisioterapia
Essas práticas ajudam no desenvolvimento da comunicação, na autonomia e na redução de comportamentos desafiadores.
2. Comunicação alternativa
Muitas pessoas com autismo profundo se comunicam por imagens, gestos ou aplicativos. Isso se chama Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) e pode melhorar muito a qualidade de vida.
3. Rotina estruturada
Uma rotina previsível dá segurança. Usar quadros visuais e manter horários fixos ajuda a reduzir crises e ansiedade.
4. Apoio à família
Cuidar de alguém com autismo profundo é desafiador. Por isso, a família também precisa de apoio psicológico, orientação profissional e, quando possível, auxílio do Estado.
O autismo profundo é uma forma mais intensa do transtorno, que exige cuidado contínuo e especializado. Com apoio adequado, é possível melhorar o bem-estar da pessoa autista e também de sua família.
Mais do que rotular, é importante compreender e acolher. Cada vida importa. Cada cuidado faz a diferença.