Durante muito tempo, acreditava-se que o autismo era mais comum em meninos. Isso fez com que milhares de meninas e mulheres passassem a vida sem diagnóstico, mesmo apresentando sinais claros do transtorno.
Hoje, já se sabe que mulheres também podem ser autistas — mas muitas vezes são subdiagnosticadas, confundidas com outros transtornos ou até mesmo ignoradas.
Por que é mais difícil identificar o autismo em mulheres?
O autismo se manifesta de formas diferentes em cada pessoa. Mas em geral, os sinais em mulheres tendem a ser mais sutis ou camuflados. Isso acontece por diversos motivos:
- As meninas costumam imitar comportamentos sociais desde cedo para “se encaixar”.
- Falam mais, sorriem mais e mantêm contato visual, o que mascara dificuldades internas.
- São ensinadas desde pequenas a agradar, se adaptar e não “incomodar”.
- Muitas vezes, o sofrimento aparece como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares ou exaustão extrema — e não como sinais típicos de autismo.
Esse fenômeno é chamado de “camuflagem social”. Segundo estudo publicado na Autism Research, mulheres autistas usam mais estratégias de camuflagem do que os homens, o que dificulta o diagnóstico e pode levar a um cansaço emocional intenso.
Os impactos da camuflagem no TEA
Manter essa máscara todos os dias pode causar:
- Sensação constante de exaustão.
- Baixa autoestima (“por que sou tão diferente?”).
- Ansiedade social e crises de sobrecarga emocional.
- Problemas em relacionamentos e no trabalho.
- Dificuldade de entender os próprios limites.
Sem um diagnóstico claro, essas mulheres passam anos tentando se encaixar em um mundo que não respeita suas particularidades — muitas vezes com sofrimento silencioso.
O diagnóstico como ponto de virada
Receber o diagnóstico correto é um alívio. É quando a mulher começa a entender sua história, suas reações e seus desafios. A culpa dá lugar à compreensão. A vergonha dá lugar à aceitação.
De acordo com o Instituto Nacional de Excelência em Saúde do Reino Unido (NICE), reconhecer o autismo em mulheres adultas pode melhorar significativamente a saúde mental, a qualidade de vida e a autonomia.
O diagnóstico não muda quem a pessoa é. Ele apenas oferece respostas e abre caminho para um acompanhamento adequado, com mais respeito, apoio e segurança emocional.
Está em dúvida se pode estar no espectro? Você merece essa resposta
A Dra. Jaqueline Bifano é médica psiquiatra e tem experiência no atendimento a mulheres autistas.
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