O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento de forma variada entre os indivíduos.
Para melhor compreender e atender às necessidades de cada pessoa com TEA, os especialistas utilizam uma classificação baseada nos níveis de suporte necessários para lidar com os desafios associados à condição.
Mas o que são esses níveis de suporte e como eles influenciam no dia a dia das pessoas com autismo?
O que são os níveis de suporte no TEA?
Os níveis de suporte no TEA são definidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) em sua edição mais recente e servem para descrever a intensidade de apoio que cada indivíduo necessita.
Eles ajudam profissionais de saúde e educadores a planejar intervenções e tratamentos personalizados. Existem três níveis principais:
Nível 1: Suporte necessário
Este é o nível mais leve de suporte. As pessoas neste grupo conseguem ter certa autonomia, mas ainda enfrentam dificuldades em situações sociais ou ao lidar com mudanças. Características comuns incluem:
- Dificuldade em iniciar ou manter conversas;
- Respostas sociais consideradas incomuns ou inadequadas;
- Resistência moderada a mudanças na rotina.
Com o suporte certo, como terapias de desenvolvimento social e comunicação, esses indivíduos podem se adaptar bem a muitas situações do cotidiano.
Nível 2: Suporte substancial
As pessoas que necessitam de suporte substancial enfrentam desafios mais significativos em comunicação e comportamento. Geralmente, apresentam:
- Dificuldade evidente em interagir socialmente, mesmo com incentivo;
- Comportamentos restritivos e repetitivos que interferem na rotina;
- Maior dependência de uma rotina estruturada para funcionar adequadamente.
Intervenções como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e terapia ocupacional são fundamentais para ajudar essas pessoas a desenvolver habilidades funcionais e sociais.
Nível 3: Suporte muito substancial
No nível mais alto de suporte, as dificuldades são graves e comprometem significativamente a autonomia. Entre os desafios encontrados estão:
- Dificuldade extrema em se comunicar, muitas vezes dependendo de formas não verbais;
- Comportamentos repetitivos severos que podem causar lesões;
- Incapacidade de lidar com mudanças, mesmo pequenas.
Esses indivíduos frequentemente necessitam de suporte integral, incluindo cuidadores dedicados e intervenções terapêuticas intensivas. Instituições como a Associação Brasileira de Autismo (ABRA) fornecem orientações importantes para familiares e profissionais que cuidam de pessoas com autismo nesse nível.
Por que os níveis de suporte são importantes?
Essa classificação ajuda a personalizar o tratamento e as estratégias de ensino, considerando as diferenças individuais de cada pessoa com TEA. Também auxilia na definição de metas realistas e no acompanhamento do progresso ao longo do tempo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), quanto mais cedo o suporte adequado é oferecido, maiores são as chances de um desenvolvimento funcional e satisfatório.
Compreender os níveis de suporte no TEA é essencial para oferecer um atendimento adequado e respeitar a singularidade de cada pessoa com autismo.
Seja no nível 1, 2 ou 3, o mais importante é garantir que as necessidades específicas sejam atendidas, promovendo qualidade de vida e inclusão em todas as áreas da vida.
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