Precisamos fala do Transtorno Opositor Desafiador

Transtorno Opositor desafiador, provavelmente você nunca ouviu falar, mas com certeza já deparou com alguma criança que tem.

Sabe aquela criança extremamente teimosas, opositiva, desafiadora, que discute por qualquer coisa, agressivas quando contrariadas, com tendências vingativas e avessas a qualquer frustração , que não assume seus erros ou responsabilidades por falhas, e que costuma sempre se indispor com os demais de seu grupo apresentar intensas dificuldades em conviver socialmente com sua família e com figuras de autoridade, de maneira a demonstrar que a cada situação será sempre difícil convencê-lo, mesmo que a lógica mostre que suas opções estão evidentemente equivocadas? Se você conhece uma criança assim, provavelmente ela tem Transtorno Opositivo-Desafiador.

O TOD está entre os transtornos de comportamento da infância e adolescência, da Classificação Internacional de Saúde, Cid.  É considerado um dos transtornos mais comuns nessa faixa etária.

É definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes, observados nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade no geral, como pais, tios, avós e professores.

Quais são os sintomas do TOD?

Transtorno Opositor Desafiador

Os Sintomas mais frequentes são: perda frequente da paciência, discussões constantes com adultos, desafio e recusa a obedecer a solicitações ou regras, perturbação e implicância com outras pessoas, podendo responsabilizá-las pelo seu erro ou mau comportamento.  Se aborrece com facilidade e comumente apresenta-se enraivecido, irritado, ressentido, mostrando-se com rancor ou com ideias de vingança.

Os sintomas aparecem em vários ambientes, entretanto é em casa e na sala de aula, que estes são mais bem observados. Para diagnóstico tais sintomas devem causar um prejuízo significativo na vida social, escolar e ocupacional da criança ou adolescente. Essas crianças costumam ser discriminadas, perdem oportunidades e desfazem círculos de amizades. Não raro, sofrem bullying e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por causa de seu comportamento difícil. Os pais evitam sair ou passear com elas e muitas vezes as deixam com parentes ou em casa. Entre os irmãos, são preteridos, mal falados e considerados como “ovelhas negras” tratados, assim, diferentes e mais criticados pelos pais.

O desempenho escolar pode estar comprometido e reprovações escolares podem ocorrer, pois não participam das atividades em grupo, recusam-se a pedir ou aceitar ajuda dos professores e querem sempre solucionar seus problemas sozinhos.

O que ocasiona o TOD?

Não há um fator ocasional específico do TOD. O desenvolvimento do transtorno pode ser consequência de uma combinação de predisposição neurobiológica e principalmente fatores de risco psicológico e do ambiente Social. A maioria das teorias enfatizam fatores de risco social, e psicológico, principalmente no ambiente familiar, como relacionamento negativo com os pais, que podem ser ausentes, agressivos ou negligentes, ambiente social desregrado, disciplina inconsistente, uma criação permissiva. Abusos verbais, físicos ou sexuais. Dificuldade ou inabilidade de demonstrar afeto e construir relações sócias. Vivência em ambientes de alto risco de criminalidade ou miséria.

Como é o tratamento do TOD?

O tratamento desta condição é multidisciplinar, com acompanhamento de um psiquiatra especialista em infância e adolescência, psicológico e psicopedagógico e depende de três eixos: medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar. A medicação auxilia em boa parte dos pacientes e melhora a auto regulação de humor; a psicoterapia deve centrar em  como lidar com as frustações, mudanças comportamentais na família com medidas de manejo educacional (dar bons exemplos, dialogar com a criança, ter paciência ao falar, explicar o motivo das ordens dadas, etc.); e, em relação ao suporte escolar, deve-se oferecer apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, pois esta abertura melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares e a se distanciar de maus comportamentos.

Quando não tratado essa criança e adolescente pode evoluir para um transtorno de conduta ou personalidade antissocial na vida adulta, o que ocorrem com 75% das crianças que tiveram o diagnóstico inicial. Além disso adolescentes com TOD tem risco aumentado para desenvolverem um transtorno de ansiedade, envolvimento com drogas e delinquência.

Portanto, é importante ficar de olho nos sinais e buscar ajuda especializada quando necessário.

Texto: Dra. Jaqueline Bifano

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