O transtorno do espectro autista (TEA) e a epilepsia são duas condições neurológicas que, muitas vezes, acontecem juntas. Essa relação, no entanto, ainda é pouco falada fora dos consultórios médicos. Entender essa conexão é importante para oferecer mais cuidado e qualidade de vida às pessoas que convivem com as duas condições.
Neste texto, vamos explicar o que é cada uma delas, como se relacionam e quais cuidados são necessários.
O que é epilepsia?
A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por crises recorrentes, causadas por descargas elétricas anormais no cérebro. Essas crises podem se manifestar de várias formas, como:
- Movimentos involuntários.
- Perda de consciência.
- Confusão mental.
- Alterações sensoriais ou comportamentais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas no mundo vivem com epilepsia.
A relação entre autismo e epilepsia
Estudos mostram que a epilepsia é mais frequente em pessoas com autismo do que na população em geral. De acordo com a Epilepsy Foundation, entre 20% e 30% das pessoas no espectro autista podem desenvolver crises epilépticas em algum momento da vida.
Essa ligação ainda está sendo estudada, mas acredita-se que alterações no desenvolvimento cerebral possam contribuir para o aparecimento das duas condições. Além disso, a presença de atrasos no desenvolvimento e outras condições associadas ao autismo também pode aumentar o risco de epilepsia.
Quando as crises costumam aparecer?
Em pessoas autistas, as crises epilépticas podem surgir em diferentes momentos. Os períodos de maior risco costumam ser:
- Na infância, entre 2 e 5 anos.
- Na adolescência, entre 10 e 15 anos.
Essas fases de desenvolvimento cerebral são mais sensíveis, o que pode favorecer o surgimento das crises.
Quais cuidados são necessários?
Quando uma pessoa tem autismo e epilepsia, é importante que a equipe de saúde acompanhe de perto. Os cuidados incluem:
- Avaliação médica regular.
- Uso correto da medicação antiepiléptica.
- Adaptação da rotina para evitar situações que podem favorecer crises, como falta de sono ou estresse.
- Apoio psicológico para a pessoa e a família.
Além disso, profissionais de saúde devem considerar as particularidades sensoriais e emocionais da pessoa autista ao propor tratamentos e terapias.
Como lidar com uma crise?
Se alguém próximo tiver uma crise epiléptica, é importante manter a calma e:
- Deitar a pessoa de lado, protegendo a cabeça.
- Afastar objetos que possam machucar.
- Não colocar nada na boca.
- Observar o tempo de duração da crise.
- Procurar atendimento médico se a crise durar mais de 5 minutos ou se for a primeira vez.
Como você conferiu neste post, o autismo e epilepsia podem ocorrer juntos e exigem atenção especializada.
Entender essa conexão ajuda a oferecer mais segurança, cuidado e respeito às pessoas que convivem com as duas condições. Se você tem alguém próximo nessa situação, busque apoio profissional e informações de qualidade.
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