Os desafios enfrentados por adultos autistas no mercado de trabalho

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) acompanha a pessoa por toda a vida. Embora o diagnóstico em crianças seja mais comum, muitos só descobrem que estão no espectro na vida adulta. Quando se trata de trabalho, os desafios ainda são grandes.

Mesmo com habilidades valiosas, muitos adultos autistas enfrentam obstáculos que dificultam a entrada e a permanência no mercado. A seguir, veja as principais barreiras — e por que precisamos mudar isso com urgência.

1. Processos seletivos excludentes

processo seletivo é desafio para autistas

Entrevistas tradicionais costumam valorizar comunicação verbal, contato visual e habilidades sociais — pontos que podem ser desafiadores para pessoas autistas. Muitas vezes, candidatos com excelente capacidade técnica são eliminados por não se enquadrarem no “perfil comportamental” esperado.

Segundo levantamento da McKinsey & Company, grande parte das empresas ainda não está preparada para contratar e apoiar profissionais neurodivergentes.

2. Ambientes com estímulos excessivos

Luz forte, barulho constante, cheiros intensos ou muitos estímulos ao mesmo tempo podem causar sobrecarga sensorial. Para quem está no espectro, isso interfere diretamente na concentração, no bem-estar e na produtividade.

Escritórios sem controle de ruído, reuniões longas e espaços compartilhados sem privacidade são especialmente difíceis para adultos autistas.

3. Falta de adaptação nas tarefas

adaptação de tarefas no mercado de trabalho para autistas

Mudanças de rotina sem aviso, instruções confusas ou exigências múltiplas podem gerar ansiedade e desorganização. Pessoas autistas, muitas vezes, trabalham melhor com previsibilidade, orientações claras e atividades organizadas.

Por isso, funções com tarefas repetitivas, ambientes calmos e objetivos bem definidos tendem a funcionar melhor — mas nem sempre isso é oferecido.

4. Pouco conhecimento da equipe

Outro desafio é a falta de informação dos colegas e gestores sobre o autismo. Isso pode gerar julgamentos equivocados, como achar que a pessoa é “fria”, “lenta” ou “não se esforça”. O desconhecimento também contribui para o isolamento social e a exclusão dentro do time.

Um estudo da revista Autism, mostrou que programas de treinamento sobre o TEA dentro das empresas melhoram muito o clima de trabalho e a integração dos profissionais autistas.

Precisamos de mudanças reais

A inclusão de adultos autistas não depende apenas de empatia. Ela exige mudanças estruturais, como:

  • Adaptar entrevistas e avaliações.
  • Reduzir estímulos sensoriais no ambiente.
  • Treinar lideranças e equipes sobre neurodiversidade.
  • Respeitar a individualidade de cada profissional.

Incluir é criar espaço para que todos possam trabalhar com dignidade, conforto e reconhecimento. O mercado só tem a ganhar quando acolhe diferentes formas de pensar e ser.

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