A prática de esportes para autistas: veja os benefícios

Você sabia que a relação entre esportes e autismo é muito benéfica? Além de trazer várias conquistas no desenvolvimento físico, intelectual e social das pessoas no espectro, também pode resultar em uma carreira de sucesso.

No post de hoje, vamos falar um pouco sobre o assunto, trazendo alguns motivos pelos quais é interessante as pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) praticarem esportes, como iniciar no esporte e algumas modalidades que são bastante praticadas e indicadas para esses pacientes.

Para saber mais sobre o assunto, não deixe de conferir o artigo até o fim.

Os benefícios da prática de esportes para pessoas no espectro

esporte e autismo

A prática de esportes pode ajudar muito na diminuição dos sintomas do autismo, principalmente quando eles são muito limitantes. Conheça os principais benefícios que a prática de esportes traz a esses pacientes:

Desenvolvimento físico

Uma das principais características do transtorno é a repetição de movimentos motores, além da dificuldade no desenvolvimento da coordenação motora. Assim, a prática de esportes promove excelentes resultados pois incentiva a pessoa a fazer movimentos diferentes, ter mais consciência corporal, equilíbrio, e desenvolver sua coordenação motora.

Desenvolvimento intelectual

Quanto ao desenvolvimento intelectual, que é bastante afetado em pessoas autistas, o esporte ajuda na melhora dos sistemas cognitivo (atenção, memória, linguagem, percepção) e sensorial (visão, olfato, paladar, audição e tato).

Outro fator importante é que estimula a independência dos indivíduos, em qualquer idade. Esse quesito é essencial, pois muitas vezes as pessoas com autismo têm dificuldade em se sentir independentes, principalmente devido à proteção da família.

No entanto, essa sensação é fundamental para adquirir mais autoconfiança e entender que são capazes de fazer as coisas, e através do esporte isso é possível.

Melhora na interação social

Outra característica muito presente nas pessoas com TEA é a dificuldade de se comunicar, interagir e ser recíproco nas relações. Ao praticar esportes, principalmente as modalidades em grupo, a pessoa é estimulada a conviver e se relacionar com diferentes pessoas, o que possibilita sua inclusão em novos espaços. Isso é importante para gerar a sensação de pertencimento e autoestima, e também ajuda na troca de experiências com outras pessoas no espectro, por exemplo.

Comorbidades

Existem vários outros transtornos que podem ser comorbidades do autismo, como depressão e ansiedade, por exemplo. A prática de esportes e atividades físicas também é muito benéfica nestes casos, pois regula os hormônios, ajuda a focar no presente e auxilia no gasto de energia.

Como iniciar a prática de esportes

Antes de iniciar a prática de esportes, é necessário conversar com seu psiquiatra — e no caso de crianças, conversar com um psiquiatra infantil.

Isso porque para muitos autistas o início pode ser difícil, principalmente considerando que existem diferentes graus, então estar em contato com o psiquiatra é essencial. Por exemplo, alguns pacientes podem preferir esportes mais individuais, que envolvem menos barulho ou interação social, e outros podem se sentir bem em esportes coletivos, tudo isso varia de caso a caso.

Assim, mesmo que o esporte não tenha contra indicações, é importante fazer um acompanhamento com psicoterapia para entender se essa é uma boa modalidade para você, e também para saber como o esporte está ajudando.

OBS: É recomendado que as pessoas diagnosticadas com o transtorno iniciem na prática de esportes assim que possível, para que isso auxilie no aumento de sua qualidade de vida, então busque um psiquiatra se perceber sintomas do TEA.

Esportes e autismo: histórias de sucesso

Entre as características do autismo estão o hiperfoco e padrões de comportamento, e esses são traços que podem ajudar esportistas no espectro. Isso porque eles conseguem manter rotinas de treino e ser extremamente comprometidos com sua prática.

Assim, existem várias histórias de sucesso quando o assunto é esporte e autismo, em várias modalidades diferentes. Conheça algumas:

Jiu-Jitsu

Jiu-jitsu e autismo: Igor Nogueira

Igor Nogueira

No Jiu-Jitsu, arte marcial japonesa, diversos atletas brasileiros têm histórias de sucesso, como Igor Nogueira e Diego Vivaldo.

Igor é autista com nível grave, que prejudica muito sua comunicação e interação social. O atleta já conquistou medalhas de ouro no Jiu-Jitsu e prata na copa mundial de ParaJiu-Jitsu.

Já Diego descobriu o transtorno tardiamente, e tem em seu currículo títulos Sul-Americanos e mundiais em Jiu-Jitsu.

O Jiu-Jitsu, por ser uma arte marcial, é excelente para estimular a coordenação motora, percepção e autoconfiança.

Corrida

Corrida e autismo: Tommy Des Brisay

Tommy Des Brisay

A corrida é o esporte praticado por Tommy Des Brisay, que iniciou na modalidade muito jovem, sempre com acompanhamento psiquiátrico, e se tornou um atleta profissional.  A corrida, principalmente em circuitos, ajuda na consciência corporal, organização e independência cognitiva.

Beisebol

Baseball e autismo: James Einsenreich

James Einsenreich

O ex-jogador de beisebol James Einsenreich é um exemplo de sucesso no esporte. O atleta passou por vários clubes grandes dos EUA, e atuou na principal liga do esporte no país.

Apesar de não ser um esporte tão praticado no Brasil, o beisebol também ajuda na consciência espacial e corporal, além do desenvolvimento da coordenação motora.

Natação

Natação e Autismo: Jessica Jane Applegate.

Por último, a nadadora inglesa Jessica-Jane Applegate, que começou a nadar ainda na infância, após o diagnóstico do transtorno, como uma forma de tratamento. Logo cedo, a atleta já participava de competições e batia recordes regionais. Mais tarde, conquistou medalhas olímpicas.

A natação é um dos esportes mais recomendados, pois estimula todo o corpo e sistemas cognitivo e sensorial em qualquer idade.

Como você viu, a relação entre esportes e autismo é muito benéfica! Através dessas histórias de esportistas, também é possível entender que qualquer esporte pode ser praticado com excelência por autistas, desde que haja um acompanhamento psiquiátrico para garantir a saúde e bem-estar do atleta.

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